Quando ele entrou pela porta, não
acreditei. Não havia nada mais surreal do que a presença dele ali, na minha
sala. De repente, me joga na parede, busca minha boca, me cheira, me abraça, me
aperta, me invade. Eu penso: o que está acontecendo? Custo a acreditar que
aquilo é verdade.
De repente já estamos no quarto, nem lembro como cheguei lá.
E mais uma vez me joga na parede, e eu ainda sem acreditar. E mais mãos, boca
sedenta. Me sentia devorada. Que delícia. Pensei: quer saber, não vou resistir.
Já estamos aqui...deixa acontecer. Fiz minha escolha.
Impossível resistir àquele homem que pega como um homem:
determinado, macho, agressivo. Começou um jogo de entranhamento. Estranhamento
inicial. Busca de prazer intenso. Único. Minutos de silêncio entre quatro
paredes com alguém, naquele momento, completamente estranho. Entro em transe. Os sentidos
aguçam. O cheiro condensa. São toques fortes e precisos. A exploração do
terreno ocorre sem mapa, afinal é a primeira vez. Descobrirem-se é fundamental.
Não existem mais barreiras, as últimas há tempos foram tiradas.
Era a hora da entrega. Sem perguntas. Sem culpa. Sem medo. Suas mãos já
conheciam meu corpo, já encontrara meus segredos. Sentia meus desejos naquele
toque. Seio na boca. Era uma busca louca. Desmedida. Então anestesiada não
reagi. Queria tanto quanto ele. Concluir o ato foi fácil. A dança cada um já
conhecia, e o ritmo encontramos rapidinho.
Sempre vivi intensamente. Só sei fazer desse jeito. Se aquela
seria a primeira e talvez única vez...tinha que aproveitar. E assim começamos uma história.
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